terça-feira, 21 de dezembro de 2010

IV ENCONTRO NACIONAL CONEXÃO DOS SABERES - UFMA




O Núcleo Artístico Feminista apresentou o segundo processo de Espelho de Vênus: Performance Poética durante o encerramento do IV Encontro Nacional Conexão dos Saberes, evento que aconteceu na Universidade Federal do Maranhão, no Auditório da Biblioteca Setorial no Centro de Ciências Humanas.
Oito mulheres em cena, ao som das caixas do divino, com músicas afros, Calix Bento, Mulher Forte, Estrela Miúda e Oração Latina. Os poemas trabalhados foram "O dia amargo da mulher" de Eugenia Corazon e "Sexo Feminino" de Dione Barreto. A apresentação faz parte do projeto cenográfico da pesquisa mulheres no teatro, na perspectiva feminista, de autoria de Dayana Roberta, que assina a direção do processo, com colaboração das mulheres jovens dos cursos de música, artes visuais, comunicação, ciências sociais.

ELENCO

Aldenora dos Santos - Atriz

Ariadna Ferreira - Atriz

Dayana Roberta – Direção/Atriz

Priscila Carvalho – Atriz/ cantora

Rosa Santos – Música /Atriz(som de caixa)

Rosenilde Arouche (Rosa) – Música /Atriz (som de caixa)

Rose Cardoso - Atriz

Socorro Costa – Atriz

CENÁRIO – Auditório Biblioteca Setorial

Pano no chão

Saias Rodadas

SONOPLASTIA

Toques de Caixa e Afros

Música de Calix Bento

Oração Latina

Estrela Miúda


Primeiro Experimento Espelho de Vênus: Performance Poética



ENCENAÇÃO

Iniciamos no Hall do Centro de Ciências Humanas, onde Rosa Santos aluna de música começou as batidas de caixa, que conduziu o aquecimento corporal. Em seguida Priscila Carvalho, da AKONI, aluna do 2º ano do ensino médio, moradora da área Itaqui – Bacanga recitou o poema “O Dia Amargo da Mulher” de Eugenia Corazon. Fomos em cortejo pela rampa, para o espaço da Ágora, local escolhido para a apresentação.

As mulheres estenderam as roupas, no varal, mostrando o cotidiano de muitas mulheres. Andaram pelo espaço, como se estivessem no ritual, e deram continuidade recitando o poema “Sexo Feminino” de Dione Barreto.

O envolvimento da caixa, das músicas com a encenação deu-se nos estudos da “Roda”, como símbolo de conhecimento. O que aconteceu no final, e o público foi convidado para entrar na roda e nós mulheres compartilhamos a luta das mulheres, com a força cotidiana das Marias, Joanas, Carlas, Franciscas entre outras, que escreveram e escrevem a história.

E assim se deu a prática do projeto cenográfico, compartilhado com todas e todos, pela manhã na Ágora. Para nós reafirmou o posicionamento das mulheres e o

envolvimento dos homens, na luta contra qualquer tipo de violência. Que essa prática esteja presente todos os dias de nossa existência. E que mais mulheres, compreendam o processo histórico de invisibilidade e a atuação das feministas, na valorização das mulheres. E que os homens entendam, que a cada mulher que encontra a liberdade, fica mais fácil para eles se manifestarem.

ELENCO

Dayana Roberta – Direção / Atriz

Anderson Parente – Preparação Corporal/ Assistente

Rosa Santos – Música /cantora (som de caixa)

Priscila Carvalho – Atriz/ cantora

Socorro Costa – Atriz

CENÁRIO

Varal com saias, vestidos

Pano na ágora

Saias Rodadas na Ágora

Vassouras

Balde com as saias

SONOPLASTIA

Toques de Caixa (Divino)

Músicas: Afros

Revolta no resultado do Edital BNB 2011

Com muita expectativa aguardei uma contemplação pelo terceiro ano consecutivo no programa BNB de Cultura, sem sucesso. Acho uma iniciativa muito boa para o nordeste. Mas quero falar em nome de todos os artista do Maranhão inscritos.

É com extrema incompetência que a comissão de avaliação de projetos mostrou que não é preparada para analisar propostas. Achei surpreendente mesmo tendo Lei Federal de Incentivo e o projeto muito bem elaborado e estruturado não ser contemplado. E olha que enviei três projetos aprovados na Lei de incentivo a cultura no Maranhão, um fato inédito.

A categoria teatro deveria abranger projetos que visem levar diversidade temática e artística a sociedade, formando platéias para casas de espetáculos ou espaços alternativos. A categoria artes cênicas apresenta uma patologia moral há várias edições do BNB. Desprestigia os proponentes de projetos essencialmente cênicos oriundos de processos de criação voltados para interpretação dramática.

Claro que as manifestações populares também compreendem o critério de representação dramática. Mas não é texto. Pelo menos dramaturgia não é. Talvez os pareceristas do BNB sejam caducos ou lesados. Provou-se como se exerce o maior grau de incompetência ao beneficiar projetos de cunho popular que tem apelo de imagem por agregar patrimônio imaterial e memória histórica.

Bom mas aí fica óbvio que o que importa não é investir na cultura e sim fazer marketing com a cultura. Outro erro grave.

Tiraram a possibilidade não apenas minha, mas de outros artistas inscritos que acreditam na possibilidade de incluir suas produções no circuito nacional.

Perdemos para o as Fundações beneficentes, maquiadoras de projetos, que dão um copo de mingau de milho com meia dúzia de brincantes, e olha que alguns dos contemplados em cênicas são especialistas em maquiar projetos.

Uma postura indigna desta que prometia ser uma das melhores edições do BNB, se tornou um fiasco, provando que há interesse particulares entre os pareceristas e os contemplados, e é óbvio que há.

Sugiro que leiam os grandes mestres do teatro, procurem saber quem foi Shakespeare, Beckett, Artaud, Nelson Rodrigues, Arthur Azevedo, Arrabal, Hilda Hilst e por aí afora.

Quando chegarem as suas mãos projetos assim, não descartem logo pra reciclagem em prol da cultura popular. Criem uma categoria especifica para as artes populares e deixem de desprestigiar as reais produções das artes cênicas. Estudem o conceito de teatro, encenação teatral e interpretação dramática. Procurem saber o que é a caixa cênica.

Não pensem que projetos voltados para os teatros não tem apelo por ser feito a pequenas multidões.

Respeito a cultura popular e o folclore brasileiro. Mas para os incompetentes de plantão. Isso não é teatro!!!

E na sociedade atual da alienação, do consumo desenfreado e da fragmentação das relações humanas, a retomada do texto se faz importante. O espetáculo que ao ser apoiado vise a espetacularização de imagens pelo corpo, dança e canto invadem a alma e elevam o espírito humano, mas não tem o mesmo poder do texto falado que pode ou não ter ação física ou dramática.

Vejam a diferença entre Artes Cênicas e Culturas Populares e torço pra que não repitam este fiasco. Pois ano que vem concorrerei de novo e se este disparate se repetir estará provado que o proponente de projetos teatrais vai ter que torcer muito pra nascer outro banco que se preocupe com a economia da cultura no Maranhão.

Waldir Fernandes

Produtor Artístico

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

LEI ROUANET

Lei Rouanet - Mudanças e Caminhos

DEARO - Prof. Pedro, quais as principais mudanças previstas na Lei Rouanet em relação ao sistema anterior?

"Para entendermos as mudanças propostas pelo Ministério da Cultura é preciso analisar o histórico da Lei Rouanet. A proposta apresentada agora, que até o próximo dia 5 de Maio está aberta ao debate público, é fruto de seis anos de debate com os setores artísticos. Esse processo teve inicio em 2003 com o Seminário Cultura Para Todos, realizado em todo o Território Brasileiro, com o objetivo de redimensionar a Lei 8313/91 – conhecida como Lei Rouanet. Esse mecanismo de financiamento à Cultura foi responsável pela retomada da produção cultural após a extinção do Ministério da Cultura, que havia virado secretaria no governo Collor, que depois dada à pressão da sociedade voltou atrás.Ao longo desse período o mecanismo de financiamento à cultura por meio de renúncia fiscal, revelou-se concentrador, atingindo níveis dissonantes no período de 2003 a 2007, revelando-nos que somente 3% dos proponentes concentraram 50% do volume captado. Ou seja, metade dos recursos destinados ao fomento da cultura brasileira, ficou concentrada nas mãos de alguns poucos.Revelou também uma baixíssima participação da iniciativa privada; conforme dados do Ministério, qual seja de cada R$ 10 reais que foram captados por meio da Lei Rouanet nesse período, apenas R$ 1 real foi de dinheiro privado, sendo o restante de renúncia fiscal, que em última analise, é dinheiro público.Há tempos essa forma de financiamento da cultura vem gerando insatisfação no meio artístico, não obstante a habilitação do projeto, os artistas e ou produtores, enfrentam um caminho tortuoso, muitas vezes sinistro, pelos corredores dos departamentos de marketing das empresas, que em última análise é que decide se o projeto vai ser realizado ou não. Diante desses dados, o modelo se mostrou desigual, esgotado, principalmente quando se consolida na sociedade a percepção de que os recursos públicos destinados à cultura, mesmo sendo pequeno, devem atender senão a maioria, ao menos uma parcela maior da população brasileira, que não somente alguns poucos.A Lei Rouanet quando criada previu o Fundo Nacional de Cultura, para juntamente com a renúncia fiscal, financiar a cultura no país. A idéia inicial era que o fundo também viesse a receber recursos da iniciativa privada, e assim pudesse financiar aqueles projetos de menor visibilidade na mídia, e assim de menor interesse das empresas. Esse fato não ocorreu. Segundo dados do Ministério, o fundo tem peso muito menor que a isenção fiscal – tendo cerca de R$ 280 milhões em 2007, contra R$ 1,2 bilhão de renúncia. A nova proposta prevê o fortalecimento do Fundo Nacional de Cultura, propondo também a setorização por áreas artísticas, e a criação de conselhos, tal como o Fundo Setorial do Audiovisual. Sem dúvida essa é a principal mudança em relação ao formato até então vigente."

DEARO - Alguma mudança na Lei Rouanet pode ser considerada ruim, por quê?

"Depende da ótica em se analisa a mudança proposta. Logo que o texto foi publicado, houve um grito generalizado, bravatas e palavras de ordem, fora do tom e tão dissonantes quanto “A Lei Rouanet é nossa”, “Qual o problema de um projeto realizado com recursos públicos, gerar lucro para os realizadores?”, “ Essa postura do governo é dirigismo cultural”, “O governo quer acabar com a Lei Rouanet”, “qual a culpa do Estado de São Paulo ser o mais rico da federação?”, só para citar algumas, dentre outras tantas que circularam no veículos e meios culturais, invasão da Funarte por parcela da classe teatral, etc. Então se analisada por esta ótica, a mudança é ruim, é muito ruim. Um desastre.Por outro lado o debate continua fervilhando país afora. O Ministro Juca Ferreira e toda equipe do Ministério circulam o país participando de reuniões abertas, seminários em veículos da imprensa, e programas de rádio e TV, apresentando a proposta e esclarecendo a sociedade sobre as mudanças. A Lei não vai acabar; a renúncia fiscal não vai deixar de existir. A proposta do MinC, amplia as alíquotas dos percentuais que hoje são de 30% e 100% - conforme o artigo em que o projeto estiver enquadrado, com as alíquotas de 30%, 40%, 60%, 70%, 80%, 90%, até 100%. Tem por objetivo ampliar o acesso de mais produtores nos recursos da renúncia fiscal. O que o MinC está propondo de fato é uma diversificação desse mecanismo de renúncia fiscal, para atender mais cidadãos, produtores, artistas, músicos, atores, etc.Alguns críticos questionam: “ Os ajustes que estão sendo feitos são sobre uma base errada, porque não mudam o princípio básico” afirma Sharon Hess, diretora – geral da agência Articultura. “ Trata-se de repasse de dinheiro público com critérios privados, e isso fere qualquer princípio republicano”, emenda. A crítica é compartilhada pelo diretor de teatro Pedro Pires, da Companhia Feijão. “Somos pela extinção desta política de renúncia fiscal”, diz. “Mas já sabemos por experiência própria que, se não houver políticas públicas, ficaremos nas mãos do governante de plantão.” (extraído do sitio cultura e mercado). Outra questão ruim levantada pela classe é que a lei fala de critérios para aprovação dos projetos, mas não descreve quais são estes critérios. Pela demanda da classe artística, esses critérios deverão constar no corpo da lei."

DEARO - Como fica a questão da remuneração do captador de recursos com as mudanças previstas?

"Pelo modelo proposto, o mecanismo de renúncia fiscal não será extinto. Consta no corpo da lei o reconhecimento legal, do elaborador e captador de recursos de projetos. Ao contrário do que vem sendo alardeado – que a classe de captadores de recursos será extinta, que não haverá mais espaço de trabalho, etc; é uma panacéia. Com a implementação das novas alíquotas, a atuação desses profissionais deverá ser ampliada. Não ficará mais concentrada nas mãos desses 3% conforme os dados do MinC. Projetos voltados à pesquisa de linguagem, formação de platéia, com acessibilidade gratuita da sociedade, que tenham menor visibilidade na mídia, e outros, deverão ser contemplados com 100% de dedução fiscal, considere-se também o ranking das empresas que mais investem maior visibilidade para empresas, selo de responsabilidade cultural. Já os projetos que tenham apelo de mídia, atores globais, ou que recolham royalties, terão isenção fiscal proporcional ao grau de interesse público."

DEARO - Como o professor vê de maneira geral as mudanças previstas?

"O Programa de Financiamento e Incentivo à Cultura (PROFIC), ou até mesmo a reformulação da própria Lei Rouanet, como alguns estão aventando, propõe um novo modelo de financiamento e fomento à cultura. O artigo 1º da Lei que propõe a instituição do programa menciona que os projetos deverão estar em sintonia às diretrizes do Plano Nacional de Cultura, e da Convenção sobre a proteção e promoção da diversidade das expressões culturais da UNESCO, da qual o Brasil é país signatário. Isso não é pouca coisa. Se pensarmos que apenas 14% de toda a receita – oriunda da renúncia fiscal - que circulou nestes últimos anos no mercado cultural foram destinadas às áreas de História, Cultura Afro-Brasileira, Arqueologia, Bibliotecas, Cultura Popular, Fotografia, Folclore, Acervos, Circos, Mímica, Restauro Audiovisual; por analogia podemos pensar que os 86% restantes dos recursos foram destinados a projetos de “cultura” de entretenimento. Claro que há exceções, bons projetos, boas práticas e bom uso dos recursos públicos. O Programa de Fomento às Exportações de Bens e Serviços Culturais, com diretrizes e ações para o desenvolvimento de exportações de bens e serviços culturais, é um avanço significativo sem precedentes na história cultural contemporânea do país. A criação do Vale Cultura de R$ 50,00, aos moldes do Vale Refeição é outro avanço, tanto quanto para os trabalhadores que passarão a ter esse direito, quanto para cadeia produtiva da cultura. Sem falar na loteria da cultura em negociação com a Caixa Econômica Federal, o fundo setorial para atender as expressões e linguagens de menor apelo comercial como teatro, dança, circo, mímica, etc; possibilidade de parceria público privada em empreendimentos culturais, transferência de recursos do Fundo Nacional de Cultura para Estados e Municípios e Distrito Federal em projetos de co-financiamento, e para encerrar o fato de financiar e promover cultura no país, da mesma maneira que se fomenta à pesquisa científica no país, são mecanismos que poderão viabilizar uma aliança estratégica entre o poder público e o mercado, consolidando assim uma economia criativa de porte, onde toda a cadeia produtiva será contemplada. Desde o pipoqueiro, ou vendedor de maçã do amor na porta do teatro, aos acionistas das empresas que terão suas ações em alta e reconhecida pelo seu valor de face cultural."

Prof. Antonio Carlos Pedro
Designer
Consultor CulturalDRT 3543/SP

sábado, 8 de agosto de 2009

PROJETO DE TEATRO NAS COMUNIDADES


O projeto de teatro, nas comunidades está em faze de inscrição, para participantes.
De acordo com Dayana Roberta, acadêmica de Licenciatura em Teatro/UFMA e coordenadora do projeto, a equipe está recebendo a ficha de inscrição, para análise da faixa etária, por que desta forma, o projeto pode ficar três meses na comunidade, trabalhando para determinado público.
O objetivo do projeto é proporcionar ao público excluído, o acesso à oficina de teatro e a apropiação aos bens da informação. Com as aulas de teatro, nos bairros, poderemos abordar as questões que afligem a comunidade, fortalecer o protagonismo de tod@s! Para nós, que trabalhamos com as Artes Cênicas é motivo de orgulho, repassar pras pessoas, o que sabemos fazer tão bem, que é dar aula e estar no palco.
A comunidade terá oportunidade, de conhecer as linguagens teatrais e saber apreciar um espetáculo. Não queremos preparar atores e atrizes, mas sim despertar em cada aluna(o), o senso crítico e sensibilizar para a importância do projeto de vida. Este projeto, faz parte do processo de pesquisa, do teatro nas comunidades.


fonte: entrevista para o Boletim da Isabel.




O segundo teatro mais antigo do Brasil foi inaugurado em 1817, com o nome de Teatro União. Teve seu projeto alterado, adotando a frente para a Rua do Sol, porque padres carmelitas não queriam-na virada para o Largo do Carmo. Em 1852, mudou de nome para Teatro São Luís e em 1922 adotou o nome atual. Abandonado, funcionou como cinema entre 1940 e 1966. Em 1989 foi demolido e reconstruído de acordo com o projeto original, sendo erinaugurado em 1993.Baseado no chamado teatro de platéia italiano, em formato ferradura, a Casa tem o estilo neoclássico e capacidade para 750 espectadores, distribuídos em 4 andares.
A casa é aberta ao público para visitas guiadas e espetáculos.
Telefone: (98) 3218-9900